O cientista político, Paulo Kramer, professor da UnB, questionado sobre a candidatura à Presidência da República, de Jair Bolsonaro (PSL-RJ) afirmou que “está na hora de pararmos de achar que Bolsonaro é pouco competitivo, algo que é muito mais projeção de desejos e temores do comentariado do que outra coisa”.
Lembrou que “esse negacionismo foi responsável em grande medida, pela amarga surpresa acarretada pela vitória de Donald Trump, nos EUA. Vitória ‘inesperada’ só mesmo para quem não queria enxergar sinais que já estavam à vista de quem quisesse ver”. Na avaliação de Kramer, Bolsonaro é competitivo”. E acrescentou: “pesquisas de circulação restrita mostram que ele é o mais bem posicionado para atrair votos dos eleitores de outras candidaturas, quando estas são excluídas nas diversas simulações”. Por último, mas não em último, assinalou o cientista político, “se Bolsonaro fizer ajustes consentâneos com as observações acima, reduzirá significativamente sua vulnerabilidade no segundo turno. ”
Recursos para os parlamentares
A decisão dos partidos tende a não dispersar recursos, expressam na prática concentrar o foco na formação de grandes bancadas nos Parlamentos. Esta é uma tendência geral dos partidos intermediários, pois fora os hegemônicos PT e PSDB, todos os demais estão botando seus pré-candidatos na balança, mesmo aqueles que chegaram a nomes bem indicados nas pesquisas.
Já Ciro Gomes, do PDT, corre pelas beiradas. O dono de legendas está nas cadeiras de assembleias, Câmara e Senado. Por isso, o grande número de parlamentares que aproveitaram as janelas partidárias para trocar de legenda.
Concentrando forças
O Partido Progressista do Rio Grande do Sul vai concentrar suas forças na reeleição da senadora Ana Amélia, que lidera as pesquisas ao lado do senador Paulo Paim, do PT, ambos com os mesmos 24% de intensão de votos. Foi essa pesquisa que levou a ex-presidente Dilma Rousseff, aspirante a uma cadeira no Senado, tal como outros ex-presidentes, a desistir do Rio Grande do Sul e buscar espaço em Minas Gerais. Esta é uma posição coerente com a estratégia nacional do partido: não dispersar recursos, concentrar nos dois majoritários.
Já no PSB, continua a hesitação de Joaquim Barbosa de assumir a candidatura e montar no cavalo que, aparentemente, passa encilhado à sua frente.
Poder nos Estados
Em reunião com os governadores do PSB, em Brasília, o ex-ministro não transmitiu muita animação. Para os governadores, que estão com a chave do cofre, a prioridade é manter o poder em seus estados. Joaquim Barbosa pensa no desafio de ter de superar a concentração de recursos nas campanhas estaduais.
Jair Bolsonaro, outro pré-candidato bem colocado nas pesquisas quantitativas, mas que tem pela frente uma legião de candidatos das legendas que o apoiam, todos garimpando recursos. A realidade é que o financiamento público concentra os recursos nos partidos majoritários. Com isso, o poder dos pequenos e médios partidos vem de suas capacidades de barganha com o poder maior, tanto a nível federal como nos respectivos estados.
Por: Edgar Lisboa
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