Pular para o conteúdo principal

RECURSOS RETIRADOS DO IPREV AINDA NÃO FORAM REPOSTOS PELO GDF


foto da internet- Hamilton Silva

Sabe quando uma pessoa chega em uma padaria, pergunta se tem pão e o atendente responde: tem, mas está em falta? É mais ou menos essa a situação do Instituto de Previdência dos Servidores (Iprev). O Governo do Distrito Federal (GDF) usou, entre 2015 e 2016, R$ 1,9 bilhão do superávit do fundo para pagar salários de funcionários públicos. No entanto, a tão prometida recomposição do montante direcionado à folha de pessoal não aconteceu até o momento.

Em 2015, a retirada do fundo que garante a aposentadoria dos concursados admitidos após 2006 no serviço público foi de R$ 1,3 bilhão, sob a condição de que os recursos seriam repostos com imóveis da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap). No ano seguinte, foram R$ 590 milhões também do superávit. Dessa vez, com a promessa de recompensa por meio das ações do Banco de Brasília (BRB). Mas nenhuma das operações se concretizou de fato.

Quase um ano e meio depois da primeira e mais vultosa retirada, ainda falta a avaliação da Caixa Econômica Federal, imprescindível à decisão sobre o destino dos terrenos que poderão repor o fundo dos servidores.

O banco ainda tem seis meses para concluir as análises. Só depois disso, o Iprev dirá o que fazer com o patrimônio. O fundo pode vender, alugar ou empreender para gerar renda.



“A lei que autorizou a retirada do superávit do Iprev já previa a recomposição com imóveis. No entanto, (a operação) está um pouco atrasada”, afirmou o presidente do instituto, Adler Alves. “Como a realidade do mercado imobiliário não é boa no momento, não há perda”, acrescentou.

Em 2016, A Câmara Legislativa aprovou outra retirada do mesmo fundo. Dessa vez, foram R$ 590 milhões, em troca de ações do BRB. A participação societária já foi autorizada, mas os títulos também não foram repassados ao Iprev. “Existe um procedimento de mercado para o valor atualizado de uma determinada companhia e da holding. O próprio BRB deveria contratar uma empresa para avaliar os ativos, mas os trâmites não foram concluídos ainda”, disse o presidente do Iprev.

A situação preocupa o presidente do Sindicato dos Servidores Públicos Civis da Administração Direta, Autarquias, Fundações e Tribunal de Contas do DF (Sindireta), Ibrahim Yussef. “Essa tratativa é muito ruim porque se refere à aposentadoria dos servidores. Lá na frente, pode ter uma repercussão negativa. Só saberemos se esses imóveis conseguirão recompor o fundo no momento em que forem avaliados”, afirmou.

Nova garfada
Em nota encaminhada pela Secretaria de Fazenda do DF, o governo afirma que, em 2016, firmou compromisso para não fazer novos empréstimos. Segundo a pasta, isso está mantido.

Porém, em reunião realizada em 9 de março pelo Conselho Fiscal do Iprev, foi cogitada a possibilidade da retirada de mais recursos do fundo, com a criação de uma nova fonte de receita para o instituto.

A informação foi confirmada pelo conselheiro e presidente do Iprev, Adler Alves. Frente ao drama da falta de vagas para carros na área central da capital, a ideia é que o instituto tenha uma participação ou gerencie os estacionamentos rotativos a serem implantados nas áreas mais nevrálgicas de Brasília.

Entenda
As manobras financeiras do GDF para pegar os empréstimos do superávit consistem na transferência de recursos do fundo capitalizado, que contempla os funcionários contratados depois de 2006, para o deficitário. Assim, o governo local economiza na contrapartida e consegue ter caixa para pagar os servidores em dia.



Embora o fundo capitalizado tenha superávit, o financeiro tem vinculados a ele 100 mil servidores que ingressaram no serviço público até 31 de dezembro de 2006, e um déficit de quase R$ 2 bilhões. O Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) tem dois processos em andamento que investigam essas manobras que retiraram dinheiro da Previdência dos servidores brasilienses.

Mandela Alcantara do Metropoles

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTAS FISCAIS DA NET PUB TEM CARIMBOS DIFERENTES EM OUTROS GABINETES

Filipe Nogueira Coimbra, ex-servidor do gabinete da deputada Sandra Faraj e proprietário da NetPub, nega que tenha atestado o recebimento na última nota fiscal, que emitiu durante contrato de prestação de serviços com a parlamentar. Segundo ele, o carimbo não confere com o modelo utilizado pela empresa, nem mesmo a assinatura. Mas documentos similares, aos quais o blog teve acesso, mostram que a prática é comum entre seus clientes. Um deles foi emitido em janeiro deste ano, a um deputado federal de São Paulo, observem que a assinatura é bem diferente daquelas que Filipe aponta como original e,  carimbo utilizado apenas o ateste de PAGO. Filipe precisa esclarecer também porque trabalhou por quase dois anos no gabinete da parlamentar e só agora, após a exoneração, tirou da gaveta a suposta cobrança dos valores. A ligação de Filipe e o ex-chefe de gabinete, Manoel Carneiro, também deve ser desvendada, ainda mais agora depois que o Correio Braziliense revelou vídeo que flagrou

ECONOMIA E A LEI DA ESCASSEZ

Introdução Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física - a lei da escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos escassos disponíveis a cada sociedade. Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os desejos humanos pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que uma quantidade excessiva de certo bem fosse de fato produzida. Nem importaria que os recursos disponíveis: trabalho, terra e capital (este deve ser entendido como máquinas, edifícios, matérias-primas etc.) fossem combinados irracionalmente para produção de bens. Não havendo o problema da escassez, não faz sentido se falar em desperdício ou em uso irracional dos recursos e na realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um pedido e, pronto, um carro apareceria de graça. Na realidade, ocorre que a escassez dos recursos disponíveis acaba por gerar a escassez dos bens - chamados "bens econômicos". Por exemplo: as 

Monopólio Artificial e Monopólio Natural, você sabe qual a diferença?

Hamilton Silva é jornalista e economista O monopólio natural  Um monopólio pode ser natural ou artificial.  No primeiro caso, o monopólio é consequência de que é o monopolista que melhor oferta o valor – um bem ou serviço – naquele contexto. O monopólio natural não conta com nenhuma barreira protetora ou privilégio; é simplesmente a melhor das possibilidades disponíveis no momento. Isto é, dadas às circunstâncias, qualquer um pode tentar competir diretamente com o monopolista, mas enquanto não ocorre isso é ele quem melhor satisfaz as necessidades dos consumidores, dadas as alternativas.  Se certo cirurgião é o único cirurgião no mundo que realiza o transplante de um determinado órgão vital, ele detém o monopólio desta habilidade. Do mesmo modo, outros valores cuja oferta é naturalmente restrita são monopólios naturais.  Se um monopólio natural traz ao monopolista benefícios especialmente grandes, estes benefícios chamarão a atenção da sociedade, que canaliza