Pular para o conteúdo principal

QUEDA DO DÓLAR FAZ BANCO CENTRAL TER PREJUÍZO RECORDE NO PRIMEIRO SEMESTRE

Nos seis primeiros meses do ano, a instituição financeira teve perdas de R$ 17,3 bilhões

A queda do dólar em 2016 fez o Banco Central (BC) ter prejuízo recorde desde que a instituição adotou o atual sistema de divulgação de resultados, em 2008. Nos seis primeiros meses do ano, a instituição financeira teve perdas de R$ 17,3 bilhões.

Se forem considerados o custo com a administração das reservas internacionais e as operações de swap cambial (venda de dólares no mercado futuro), o banco teve um prejuízo adicional de R$ 184,6 bilhões. Registrado numa contabilidade separada, a perda é a maior desde a mudança na metodologia.

Em relação ao prejuízo de R$ 17,3 bilhões, o chefe do Departamento de Contabilidade e Execução Financeira do Banco Central, Arthur Andrade, explicou que a queda do dólar aumentou o passivo (obrigações) do banco em moedas estrangeiras.
Em relação ao resultado negativo de R$ 184,6 bilhões na conta cambial, a queda de 17,8% da moeda norte-americana no primeiro semestre reduziu, em reais, o valor das reservas internacionais. O BC perdeu R$ 263,3 bilhões com a desvalorização das reservas externas.
perda no valor das reservas internacionais foi parcialmente compensada pelo ganho de R$ 78,7 bilhões com as operações de swap. Isso ocorreu porque a queda do dólar fez o BC ter lucro com as vendas de dólares no mercado futuro. Quando a moeda norte-americana cai, o prejuízo fica com os investidores que compraram esse tipo de contrato, não com a instituição financeira.
As perdas totais, de R$ 201,9 bilhões, serão cobertas pelo Tesouro Nacional por meio da emissão de títulos públicos. A Lei de Responsabilidade Fiscal estabelece que a cobertura deve ser feita até o décimo dia útil de 2017.
Segundo Andrade, o dólar caiu de R$ 3,905 no fim de dezembro do ano passado para R$ 3,21 no fim de junho deste ano. Em 2015, quando a divisa tinha iniciado o ano em R$ 2,64 e subiu 46%, o Banco Central tinha tido lucros recordes nas duas contas: ganhos de R$ 76,7 bilhões na conta financeira e de R$ 157,3 bilhões na conta cambial.
Por envolver a emissão de títulos públicos, a cobertura dos prejuízos do Banco Central pelo Tesouro Nacional não impacta o superávit primário (economia para pagar os juros da dívida pública) nem afeta as verbas disponíveis no Orçamento.
Estadão

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTAS FISCAIS DA NET PUB TEM CARIMBOS DIFERENTES EM OUTROS GABINETES

Filipe Nogueira Coimbra, ex-servidor do gabinete da deputada Sandra Faraj e proprietário da NetPub, nega que tenha atestado o recebimento na última nota fiscal, que emitiu durante contrato de prestação de serviços com a parlamentar. Segundo ele, o carimbo não confere com o modelo utilizado pela empresa, nem mesmo a assinatura. Mas documentos similares, aos quais o blog teve acesso, mostram que a prática é comum entre seus clientes. Um deles foi emitido em janeiro deste ano, a um deputado federal de São Paulo, observem que a assinatura é bem diferente daquelas que Filipe aponta como original e,  carimbo utilizado apenas o ateste de PAGO. Filipe precisa esclarecer também porque trabalhou por quase dois anos no gabinete da parlamentar e só agora, após a exoneração, tirou da gaveta a suposta cobrança dos valores. A ligação de Filipe e o ex-chefe de gabinete, Manoel Carneiro, também deve ser desvendada, ainda mais agora depois que o Correio Braziliense revelou vídeo que flagrou

ECONOMIA E A LEI DA ESCASSEZ

Introdução Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física - a lei da escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos escassos disponíveis a cada sociedade. Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os desejos humanos pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que uma quantidade excessiva de certo bem fosse de fato produzida. Nem importaria que os recursos disponíveis: trabalho, terra e capital (este deve ser entendido como máquinas, edifícios, matérias-primas etc.) fossem combinados irracionalmente para produção de bens. Não havendo o problema da escassez, não faz sentido se falar em desperdício ou em uso irracional dos recursos e na realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um pedido e, pronto, um carro apareceria de graça. Na realidade, ocorre que a escassez dos recursos disponíveis acaba por gerar a escassez dos bens - chamados "bens econômicos". Por exemplo: as 

Monopólio Artificial e Monopólio Natural, você sabe qual a diferença?

Hamilton Silva é jornalista e economista O monopólio natural  Um monopólio pode ser natural ou artificial.  No primeiro caso, o monopólio é consequência de que é o monopolista que melhor oferta o valor – um bem ou serviço – naquele contexto. O monopólio natural não conta com nenhuma barreira protetora ou privilégio; é simplesmente a melhor das possibilidades disponíveis no momento. Isto é, dadas às circunstâncias, qualquer um pode tentar competir diretamente com o monopolista, mas enquanto não ocorre isso é ele quem melhor satisfaz as necessidades dos consumidores, dadas as alternativas.  Se certo cirurgião é o único cirurgião no mundo que realiza o transplante de um determinado órgão vital, ele detém o monopólio desta habilidade. Do mesmo modo, outros valores cuja oferta é naturalmente restrita são monopólios naturais.  Se um monopólio natural traz ao monopolista benefícios especialmente grandes, estes benefícios chamarão a atenção da sociedade, que canaliza