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Petrobras: Rombo incalculável

A Petrobras (PETR4) divulgou na madrugada desta terça-feira o balanço do terceiro trimestre de 2014, atrasado em quase dois meses. No entanto, a companhia decidiu não incluir as esperadas baixas contábeis dos prejuízos causados por corrupção. No 3T14, a Petrobras registrou lucro líquido de R$ 3,08 bilhões, queda de 9% na comparação com o mesmo período do ano passado e queda de 37,7% na comparação com o trimestre anterior.

Segundo a companhia, essa redução é explicada, principalmente, por gastos com o Acordo Coletivo de Trabalho (R$ 1 bilhão), pelo pagamento do acordo com a Bolívia para importação do gás natural (R$ 0,9 bilhão) e pelas baixas no ativo referente aos Projetos Premium I e II (R$ 2,7 bilhões). A razão para não incluir as baixas contábeis causadas por corrupção foi a conclusão de ser impraticável a exata quantificação dos valores indevidamente reconhecidos. 

Um dos métodos utilizados pela companhia, o de valor justo para os ativos, indicou ativos com valor justo abaixo do imobilizado no total de R$ 88,6 bilhões de diferença a menor, mas ativos com valor justo superior de R$ 27,2 bilhões de diferença a maior. A companhia decidiu abandonar essa metodologia, pois o ajuste seria composto de elementos que não teriam relação direta com pagamentos indevidos. Maria das Graças Foster, presidente da Petrobras, disse em comunicado que a companhia criará outra metodologia que tome por base valores, prazos e informações contidos nos depoimentos em conformidade com as exigências dos órgãos reguladores (CVM e SEC), visando a emissão das demonstrações contábeis revisadas.

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