Pular para o conteúdo principal

Na guerra entre o Carrefour e Casino quem ganha é o consumidor




O consumidor popular se viu quase atônito com a briga do sr. Abílio Diniz com o seu sócio francês dono do Casino, Jean Charles. Eles afirmam que não abrem mão de suas posições, mas o que mais impressionou foi a declaração do sócio francês à Exame (Ed. 996) quando diz que "não comentaria Brasil do passado, O Brasil do futuro é aquele no qual acreditamos". O Brasil do passado seria aquele Abílio Diniz enfrentou no início dos anos 2000 e que teve um socorro generoso dos franceses em dois bilhões de dólares? Ou o Brasil do passado seria aquele de calotes e do jeitinho?
Quem subestimou quem? Ninguém investiria dois bilhões de dólares se não quisesse algo em troca, nem mesmo um falso silêncio. Entretanto, o que se poderia supor de um sócio com segundas intenções numa crise? Nada, mas depois que esse sócio sacudiu a poeira e deu a volta por cima, pode-se imaginar tudo, inclusive virar "adversário", sócio majoritário ou 'trapaceiro'. O empresário brasileiro ainda pode e vai recorrer a este artifício legal, para tentar não perder o controle do Pão de Açucar. Fazer a "garrafada" para conseguir alavancar alguns poucos bilhões parece impossível, mas tudo leva crer que essa guerra vá ser concluída nos tribunais. E o nosso "herói" Brasileiro se transforme em um empreendedor tupiniquim que tentou peitar um francês poderoso. Porém, ainda há a questão do contrato firmado, que respalda Jean Charles. Ele mesmo disse que acredita no Brasil em que respeita as leis e os contratos. Portanto quem viver verá. A questão do Banco (BNDES), que iria compor essa operação com dinheiro da nação para intervir numa situação de mercado muito arriscada, tanto política como financeira somente acertou a embocadura depois da visita do francês.Curioso para saber o que ele disse a Luciano Coutinho? Todos estamos.   
O Carrefour, por sua vez, assiste tudo de camarote enquanto resolve seus problemas internos e se apressa para não ter que explicar pela postura tomada até aqui ao sócio que vencer a guerra. Se for o francês terá que mudar muita coisa e gastar muito argumento. Se for o brasileiro também, então se correr ou ficar o bicho vai pegar. Nesta guerra, que vai estar no foco de curiosos, especialistas e candidatos a executivo, quem ganha no final é o consumidor com significativas, mas poucas opções.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

NOTAS FISCAIS DA NET PUB TEM CARIMBOS DIFERENTES EM OUTROS GABINETES

Filipe Nogueira Coimbra, ex-servidor do gabinete da deputada Sandra Faraj e proprietário da NetPub, nega que tenha atestado o recebimento na última nota fiscal, que emitiu durante contrato de prestação de serviços com a parlamentar. Segundo ele, o carimbo não confere com o modelo utilizado pela empresa, nem mesmo a assinatura. Mas documentos similares, aos quais o blog teve acesso, mostram que a prática é comum entre seus clientes. Um deles foi emitido em janeiro deste ano, a um deputado federal de São Paulo, observem que a assinatura é bem diferente daquelas que Filipe aponta como original e,  carimbo utilizado apenas o ateste de PAGO. Filipe precisa esclarecer também porque trabalhou por quase dois anos no gabinete da parlamentar e só agora, após a exoneração, tirou da gaveta a suposta cobrança dos valores. A ligação de Filipe e o ex-chefe de gabinete, Manoel Carneiro, também deve ser desvendada, ainda mais agora depois que o Correio Braziliense revelou vídeo que flag...

Lulômetro

No cerne da disputa eleitoral de 2002 no Brasil, o Banco Americano Goldman Sachs criou um termômetro para medir as reações do mercado.   Batizado de "Lulômetro", o indicador apontava a disparada do dólar em relação ao real confome aumentava a probabilidade de eleição de Lula.   O temor dos investidores de que Lula realizasse uma alteração brusca na condução da política econômica, recém-estabilizada pelo Plano Real, levou a moeda norte-americana a patamares históricos em relação ao real. Era o chamado “risco Lula”.  O impacto na economia era gritante: só não via quem não queria ver...   A cotação livre do dólar no mercado financeiro, no início de 2002, era de R$ 2,60. Em outubro, o mês da eleição, a moeda americana chegou a R$ 4,00, até então a maior cotação desde o Plano Real, criado em 1994.   O “apelido” do episódio ficou marcado pela analogia com o (então futuro) presidente Lula. Além disso, o Lulômetro ganhou notoriedade pela polêmica...

ECONOMIA E A LEI DA ESCASSEZ

Introdução Em Economia tudo se resume a uma restrição quase que física - a lei da escassez, isto é, produzir o máximo de bens e serviços a partir dos recursos escassos disponíveis a cada sociedade. Se uma quantidade infinita de cada bem pudesse ser produzida, se os desejos humanos pudessem ser completamente satisfeitos, não importaria que uma quantidade excessiva de certo bem fosse de fato produzida. Nem importaria que os recursos disponíveis: trabalho, terra e capital (este deve ser entendido como máquinas, edifícios, matérias-primas etc.) fossem combinados irracionalmente para produção de bens. Não havendo o problema da escassez, não faz sentido se falar em desperdício ou em uso irracional dos recursos e na realidade só existiriam os "bens livres". Bastaria fazer um pedido e, pronto, um carro apareceria de graça. Na realidade, ocorre que a escassez dos recursos disponíveis acaba por gerar a escassez dos bens - chama...